domingo, junho 30, 2013

 

13º Domingo do Tempo Comum


Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. (cf. Gl 5,1.13-18)

Deus é amor, em liberdade plena para servir.
É um amor livre do medo e, por isso, sabe delegar.
O Pai delega a salvação no seu Filho que envia.
O Pai e o Filho delegam a animação da vida renovada
no Espírito de santidade e na Sua luz espiritual orientadora.
Deus, como comunhão trinitária, delega nos ser humanos
a continuidade da Sua missão libertadora.
É por isso que Ele hoje nos chama a todos à salvação,
a buscarmos a verdadeira liberdade para amar e servir,
sem medo nem fundamentalismos,
sem dependências nem contra-testemunhos.

A liberdade de Cristo não é fazer o que nos apetece,
o que gostamos, nos dá prazer e satisfaz os nossos caprichos.
Esta caricatura de liberdade acorrenta-nos às necessidades cegas
que comodamente fomos deixando que tomem conta de nós,
E coloca os outros ao serviço dos nossos sonhos e temores.
A verdadeira libertação de Cristo faz-nos parecidos com Deus,
liberta-nos dos pavores e apegos às coisas e afetos,
e unifica-nos para a total disponibilidade em seguir Jesus
e amar a todos num abraço de sorrisos e partilhas de vida.

Senhor Jesus, envia-nos o Teu Espírito de Caridade,
para que nos purifique do que nos fecha sobre nós mesmos
e nos liberte para sermos verdadeiros delegados de Deus na terra.
Liberta-nos da duplicidade entre vida oculta e vida pública,
entre palavra pregada e palavra vivida,
entre identidade cristã e ética de valores pagãos.
Faz-nos livres para amar e servir a Ti e a todos, sem exclusão,

no estado de vida e circunstâncias em que vivemos.

 

VEM E SEGUE-ME

Oh! Como é maravilhoso,
Termos clara consciência
De que Tu, Deus e Senhor
Desejas contar connosco,
Para transformar o mundo
Num berço de paz e amor!

Neste sentido nos chamas,
Porque muito, a todos, amas,
Convidando a Te entregar
Nossa vontade de amar,
E, contigo, semear
Esperança e sorrisos,
Nos corações oprimidos,
De ontem, de hoje e de sempre,
Com gestos de amor e perdão,
Ternura e compaixão.

É uma missão exigente,
Mas maior é o Teu poder
De amor, terno e clemente.
“As raposas têm tocas,
E a aves os seus ninhos,
Mas Eu, não tenho onde reclinar
A cabeça e descansar.” (cf Lc 9,51-62)

Se aceitas viver por amor,
Para realizar a vontade de Pai,
VEM E SEGUE-ME,
Por empatia e afecto
E não olhes para traz,
Porque a todo o que Me segue,
Por uma opção de amor,
O Pai também lhe concede
Sua bênção e Sua paz.

Por isso, se Deus te chama,
Não temas dar-Lhe o teu Sim,
Contando sempre com Ele
Que te segue e acompanha.
Se orares e O escutares,
Ouvi-lo-ás responder:
NÃO TEMAS ESTOU AQUI
E FICAREI ATÉ AO FIM.

Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 29.6.2013




sábado, junho 29, 2013

 

S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos

Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. (cf. 2 Tm 4,6-8.17-18)

A vida dos santos Pedro e Paulo
é um espelho onde nos podemos ver com esperança.
Pedro, mestre pescador da Galileia, habituado ao risco
e a lançar, durante a noite, a rede do seu sustento,
encontrou, em Jesus, o Messias que procurava,
mas teve que aprender a ser mestre discípulo
doutras pescas, doutras noites, doutros mares.
Paulo, doutor em Sagrada Escritura,
fariseu no zelo e guerreiro nos métodos,
encontrou na estrada de Damasco
uma Luz que lhe cegou as seguranças
e o transformou num combatente do amor e da graça,
dando a vida para que todos se salvem.

A vida é um combate do nascer ao morrer.
Há bons e maus combates, há desistências e entregas.
Os bons combates promovem o bem comum,
lutam pela justiça e pela verdade,
constroem a alegria com suor e persistência,
pacificam as relações com o perdão,
acreditam, vivem e anunciam a salvação,
são estrelas polares nas noites de perdição.
Os maus combates usam as armas da violência,
da mentira, da injustiça, da destruição,
do orgulho feroz, da descrença e da cegueira.

Senhor Jesus, Mestre da Vida para sempre,
como fizeste com Pedro e Paulo,
orienta todas as nossas energias e sonhos
para os bons combates, as boas carreiras, a fé fiel.
Faz das nossa vidas luzeiros de boa nova
que desmascaram a mentira e a injustiça
e anunciam caminhos de redenção e esperança.
Que o desânimo e a depressão não nos vençam
e guardemos a fé até ao fim,

convictos que vale a pena dar a vida por bons combates.

sexta-feira, junho 28, 2013

 

6ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

Abraão prostrou-se com o rosto em terra e começou a rir. (cf. Gn 17,1.9-10.15-22)

Deus vê o tempo a partir da eternidade
e as limitações a partir do “nada é impossível”.
Basta confiar na Sua Palavra e fazer a nossa parte.
Abraão prostra-se em sinal de adoração,
mas ri em sinal de descrença e autocomiseração.
Podem uns velhos centenários ser fecundos?
Não será melhor ser realista
e contentar-se com Ismael, filha da escrava?
Ter fé em Deus é ousar ir para além do que se pode,
acreditar que para Deus nada é impossível.

Podemos ser, ao mesmo tempo, praticantes e rir-nos de Deus.
Achamos que as bem-aventuranças são o máximo,
mas na prática não acreditamos em Jesus,
rindo-nos dum ideal que consideramos utópico.
Consideramo-nos cristãos e até praticantes,
mas nos negócios e na sexualidade,
rimo-nos da doutrina social da Igreja e da sua moral.
Falamos na importância da nova evangelização,
mas fixando-nos nas nossas limitações,
rimo-nos comiserados da nossa pouca força,
numa sociedade descristianizada e indiferente.

Senhor, Deus dos impossíveis e da esperança,
fecunda a nossa pouca fé e confiança,
para que possas fazer maravilhas com este barro.
Apesar dos nossos risos comiserados e descrentes,
continua a propor-nos a Aliança de Bom Pastor
e a fecundar a nossa vida estéril e alquebrada.
Dá-nos o dom da alegria dos filhos confiantes

e o sorriso dos felizes, enraizados na eternidade.

quinta-feira, junho 27, 2013

 

5ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

«Donde vens e para onde vais?». Ela respondeu-lhe: «Fugi» (cf. Gn 6,1-12.15-16)

Deus está ao lado de quem sofre e do mais fraco.
Agar desprezou a sua senhora, Sarai,
e Sarai, mulher de Abraão, maltratou a sua escrava.
É um ciclo de agressividade que gera o inferno.
Agar prefere fugir a mudar a sua atitude na relação.
O Anjo do Senhor vai ao seu encontro
e questiona a sua opção fundamental:
“Donde vens e para onde vais?
Queres levar uma vida a fugir ou a construir?”
E manda-a voltar para a sua senhora,
embora numa outra atitude, a da humildade e de fé.

A vida de relação está cheia de más opções
que geram violência e secam a alegria de viver.
Muitos optam por andar a vida toda a fugir,
de Deus, dos outros e de si mesmo,
em vez de tentarem mudar de atitude
e cortarem com o ciclo de violência que alimentam.
Foge-se da dor com drogas de evasão e alucinação.
Foge-se do vazio aumentando o ruído e a ocupação.
Foge-se dos outros pelo isolamento, o mutismo, a separação.
Foge-se de Deus evitando a oração e a Palavra da verdade.
Quem foge, vê em tudo inimigos, mirra no crescimento,
cansa-se por não saber donde vem nem para onde vai.

Senhor, bom Pastor, que não abandonas o fraco e o pecador,
obrigado pela Tua Palavra de aviso e de esperança
que nos convida a voltar, em atitude de conversão e de confiança.
Obrigado pelo projeto lindo que tens para cada um de nós.
Dá-nos a sabedoria de transformar o lixo em fertilizante
de relações novas e dum jardim arejado e frutífero.
Liberta-nos da tentação da fuga que nos vitimiza
e abre-nos a uma vida refletida e motivada,
conduzida pela luz da Tua Palavra

e alimentada pela força reconciliadora do Teu Corpo.

quarta-feira, junho 26, 2013

 

4ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

Abrão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça. (cf. Gn 15,1-12.17-18)

Abraão é um peregrino na fé.
Parte de Ur dos Caldeus quando a idade lhe pedia
para se aposentar da esperança.
Caminha à luz da visão e da promessa,
mas o tempo passa e nem a descendência nem a terra
se vislumbram em sinais palpáveis.
É assaltado pelo pavor e pela angústia
do pôr do sol da vida estéril
que o mergulha na noite escura do vazio.
Mas o Senhor faz-se brasido fumegante
e archote de fogo que ilumina a noite
com o clarão quente e acolhedor da Aliança.
“Não temas, Eu sou o teu escudo”.
“Olha o céu e conta as estrelas, assim será a tua descendência”.
E Abraão rejuvenesceu pela fé no Deus da Promessa!

Muitos de nós entramos em desespero
quando olhamos o envelhecimento do nosso clero,
a inconstância e pouca participação dos nossos cristãos,
o esvaziamento dos valores cristãos na nossa sociedade,
a falta de jovens apaixonados pelo seguimento de Cristo.
Como Abraão, parece-nos entrar no pôr do sol da história.
Mas o Senhor da história é o mesmo, Ele é o nosso escudo,
só precisamos de confiar como Abraão
e tornar-nos, pela prática da fé, em herdeiros da Aliança.

Senhor da Aliança e da paz,
ensina-nos a confiar na Tua fidelidade
e a caminhar na noite das nossas provas,
à luz da fé na Tua Palavra e no Teu amor.
Ajuda-nos a olhar o Céu e a contemplar a natureza
sustentados na Tua providência,
conjugada com a nossa obediente colaboração.

Que a nossa vida dê frutos abraâmicos de fé.

terça-feira, junho 25, 2013

 

3ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

Não haja questões entre mim e ti (….) uma vez que somos irmãos. (cf. Gn 13,2.5-18)

Deus deu-nos os bens e a vida
para aprendermos a conviver em fraternidade,
à imagem da convivência na Santíssima Trindade.
Há terra para todos e pastagens para os rebanhos,
quando a ambição não incha o olhar nem cega o diálogo.
Abrão caminha movido da fé no Deus da Promessa,
por isso, procura a justiça e a paz com o seu sobrinho.
Lot escolheu as planícies férteis irrigadas pelo Jordão,
mas contaminadas pelo mau comportamento de Sodoma.
Abrão aceitou estabelecer-se junto ao carvalho de Mambré,
onde levantou um altar ao Senhor, Seu Amigo.
Assim nasce um povo enraizado na amizade divina.

A Terra é um planeta jardim, rico em biodiversidade,
preparado com carinho, arte e equilíbrio,
por um Deus que sonhou ver seus filhos felizes
numa fraternidade solidária e complementar.
A ambição de alguns cegou a fraternidade
e o jardim transformou-se em deserto
a planície encheu-se de castelos e cercas de proteção,
a violência semeou o medo e a vingança,
as pedras do altar tornaram-se torres de menagem.

Senhor, Deus da Aliança e da Paz,
ensina-nos a dialogar sem cobiça
e a conviver sem agressividade nem mentira.
Liberta-nos da tentação de sonharmos ser senhores
e de transformar os irmãos em escravos.
Alarga o horizonte do nosso olhar
e aumenta a confiança na Tua Palavra de Verdade,
para que nunca troquemos a paz e a união

por um pedaço de terra ou uma questão de relação. 

segunda-feira, junho 24, 2013

 

Nascimento de S. João Batista

O Senhor chamou-me desde o ventre materno. (cf. Is 49,1-6)

Deus chama-nos, não segundo os nossos méritos,
mas segundo a Sua eleição e vontade eterna.
Ele sabe o nosso nome e conhece o nosso ser,
antes de nascermos e nos revelarmos.
Em Deus conjuga-se o presente e a liberdade,
a vocação e a missão no tempo e na eternidade.
Foi assim no nascimento de João Batista,
é assim no nascimento e vida de cada um de nós.
Somos fruto do amor e não do acaso,
somos chamados a colaborar no projeto de Deus
com fidelidade profética e entrega total e confiante.

A Igreja do passado cristianizou o solstício de Verão
com a festa de S. João, o precursor do Sol da Justiça.
A sua missão é preparar o solstício de Inverno,
o nascimento do Sol que brilha nas trevas,
Jesus, o Messias, Luz das nações e promessa concretizada.
Ele deve diminuir para que Jesus possa crescer.
Hoje assiste-se a um movimento inverso,
voltou-se à festa ancestral do solstício,
fazendo de S. João um folgão, de martelo na mão,
sardinha no pão, ensopado em álcool e festa de tradição.
Ele, asceta austero, que viveu no deserto e comia gafanhotos,
não bebia bebidas alcoólicas e pregava a conversão!
Transformamos um profeta da Luz
em candeeiro fugaz, à nossa imagem e semelhança.

Senhor de sonhos grandes e eternos
que nos chamas a colaborar na Tua grandiosa missão,
obrigado porque pensaste em nós com amor,
nos criastes, confiando em nós o Teu tesouro de graça.
Ajuda-nos a deixar-nos modelar em Ti,
Palavra da Verdade, Aliança em fidelidade.
Liberta-nos da tentação de Te reduzirmos
à nossa imagem e semelhança

e ensina-nos a sonhar grande e profético.

domingo, junho 23, 2013

 

Domingo 12º do Tempo Comum

Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. (cf. Gal 3,26-29)

Cristo é um caminho de salvação
que passa pela porta da renúncia de si mesmo
e pela mobilização de todas as forças ao serviço do amor
a Deus e a todo o ser humano sem exceção.
Acreditar que Jesus nos salva na Cruz,
vencendo na morte injusta a raiva e a vingança,
é encontrar na misericórdia e no perdão
a nascente de água viva que sustenta o amor para sempre.
Só o Filho de Deus cura a ferida do ódio crónico
com o antibiótico do Amor eterno e incondicional.

Aderir a Cristo pela fé e pedir o Batismo
é mais do que um rito de tradição ou de iniciação
para ficar tudo na mesma com a cédula na mão.
É revestir-se de Cristo, sob o pulsar do Seu Espírito,
aprendendo a gerar irmãos de coração
em todos aqueles que Deus ama como filhos
e a confiar mais no eterno que se promete
do que no instante passageiro que se vê e sente.

Senhor Jesus, Porta estreita do amor crucificado,
que abris de par-em-par a quem Te quer seguir,
ensina-nos a arte de viver em contracorrente
como verdadeiros Filhos de Deus em peregrinação.
Liberta-nos do acessório que nos engorda e pesa
para nos sentirmos livres para dar a vida
sem nos consumirmos nem nos viciarmos na dependência
dos tesouros transitórios do poder, do ter e do prazer.
Que na comunhão do Teu Corpo e Sangue
saibamos aprender a comungar todo o irmão
e anteciparmos o ideal do Céu

em fraternidade comunicante e festiva.

sábado, junho 22, 2013

 

Sábado da 11ª semana do Tempo Comum

Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne. (cf. 2 Cor 12,1-10)

Paulo alegra-se com toda a sua história de salvação.
Transborda de alegria com as suas experiências místicas,
luta com esperança contra as tentações,
rejubila com humildade porque a sua vida é pura graça.
Sente-se um homem a caminho no seguimento de Cristo,
capaz do melhor e do pior na santidade e no pecado,
em que a fraqueza rebaixa o orgulho
e a graça eleva a humildade.

A vida cristã não é um tudo ou nada.
Quem pensa que já é santo e perfeito
corre o risco de dispensar Jesus, como salvador,
e de se achar melhor que os outros.
É a tentação de parar de caminhar,
sentado no pedestal do orgulho e dos méritos,
olhando os outros de cima, no seu cadeirão de juiz.
Quem se fixa apenas nas suas fragilidades,
desespera de caminhar para a santidade,
porque confia mais nas suas forças
do que na graça misericordiosa de Deus.
No fundo, não se perdoa a si mesmo
a humilhação de ser fraco, dependente de salvação.

Senhor Jesus, nosso único Senhor e salvador,
obrigado pela história de salvação única e personalizada
que vais realizando na realidade frágil e inconstante
que somos nós como pessoas e como relação.
Nós te louvamos porque de humanos
és capaz de fazer filhos de Deus
e de pecadores humildes peregrinos do Céu.
Dá-nos a sabedoria dos simples e das crianças,
que, porque se sentem amadas como são,
não desesperam nas quedas,

mas sonham confiantes ser grandes como os que a amam.

sexta-feira, junho 21, 2013

 

6ª feira da 11ª semana do Tempo Comum

A minha preocupação de cada dia: o cuidado de todas as Igrejas. (cf. 2 Cor 18,21b-30)

Jesus gerou-nos na cruz da doação total
para vivermos, não já para nós mesmos,
mas cuidarmos uns dos outros
e darmos a vida, nós também,
para que ninguém se perca.
Como Jesus, devemos procurar a glória de Deus
e a fidelidade, na entrega, da sua amada Igreja.
Gloriar-se por ser bom cristão
e um abnegado ministro do Senhor é uma insensatez
que nos leva à busca da nossa glória,
mais perante os homens,
do que no segredo e na verdade do coração de Deus.

A dimensão missionária e universal da Igreja
é essencial e deve ser estrutural para todo o cristão.
Cada batizado, comunidade, paróquia ou diocese
deve participar nesta solicitude materna de Cristo
que quer que todos se salvem e que ninguém se perca.
Podemos manifestar esta preocupação por todos
rezando pelos que não creem, pelos pecadores,
pelos perseguidos, pelos pastores, pela santidade da Igreja.
Pelo testemunho de caridade solidária e entrega de vida
cuidar dos irmãos mais necessitados e
atrair e despertar outros para o seguimento de Cristo.
Senhor Jesus, que nos salvas de uma vida encasulada,
alarga o espaço do nosso coração sensível
ao bem e salvação de cada um e de todos os irmãos.
Dá-nos um coração missionário e pastoral,
capaz de dialogar com todos, em profecia de amor
e caridade na verdade e na justiça fraterna.
Liberta-nos da insensatez de procurar a própria glória,

que atulha o curriculum de méritos para nos engrandecer.

quinta-feira, junho 20, 2013

 

5ª feira da 11ª semana do Tempo Comum

Vos desposei com um só esposo, que é Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura. (cf. 2 Cor 11,1-11)

A Igreja é chamada a ser esposa de Cristo,
num encontro de amor esponsal e puro,
numa aliança eterna e fecunda.
O Apóstolo, pela evangelização,
revela este Noivo apaixonado,
que antes mesmo de ser correspondido,
já deu a vida pela Sua amada e a purifica
das aventuras passadas em que foi enganada.
Cada novo cristão que nasce da evangelização
é fruto desta união fecunda de Cristo com a Igreja
que fermenta o mundo com um amor novo.

Mas, como todo a união matrimonial,
a relação com Cristo pode ser adulterada.
Da simplicidade dum amor puro e virgem,
pode-se derivar para a complexidade dum amor dividido,
e a mentira de um relação mal assumida.
Um coração dividido enfraquece todo o corpo,
assim como o adultério arrefece a paixão conjugal
e o pecado enruga a santidade na Igreja.

Senhor Jesus, abraço eterno de paixão crucificada,
continua a namorar-nos pacientemente escondido,
porque sem Ti a vida não tem sentido.
Espírito do Pai e do Filho, beijo terno da Aliança,
faz-nos crescer num amor simples e puro,
que nos liberta dos ídolos do medo e da mentira,
e nos fideliza o coração num amor único e confiante.
Faz da Tua Igreja uma esposa bela e santa,
alegre e com fecundidade missionária e vocacional,

para que Te dê glória pelo seu testemunho de caridade.

quarta-feira, junho 19, 2013

 

4ª feira da 11ª semana do Tempo Comum

Quem semeia pouco também colherá pouco. (cf. 2 Cor 9,6-11)

Deus ama quem dá com alegria
porque neles vê um reflexo do Seu amor.
Quem partilha, motivado pela ternura,
parece-se com Deus e alimenta a fraternidade.
Só quem confia nAquele que nos dá a semente
e faz crescer a planta em frutos multiplicados,
pode semear solidariedades com generosidade
e colher fraternidades com esperança e felicidade.
A semente, se não é semeada em desprendimento confiado,
apodrece infecunda em armazém desconfiado.

A vida torna-se sustentável, quando semeada e partilhada.
Quem semeia pouco, colhe pouco,
quem semeia abundantemente, colhe gratuitamente.
Quem semeia “nãos” aos apelos dos irmãos,
colhe revolta, injustiça, isolamento, insensibilidade.
Quem semeia caridade na verdade,
colhe justiça, comunhão solidária, confiança no futuro.
Quem semeia violência e agressividade,
colhe vinganças, medo do outro, prisões de marginalidade.
Quem semeia diálogo e perdão, fé e salvação,
colhe paz, encontro, conversão, festa e união na diversidade.

Senhor, que semeias no tempo para colher na eternidade,
ensina-nos a semear partilhas para colhermos fraternidade.
Faz-nos entrar na corrente fecundante da vida,
como as aves, ensina-nos a semear a alegria nos desertos,
como o vento, ensina-nos a espalhar a partilha aos quem nada têm,
como a sexualidade fecunda, ensina-nos a semear a esperança no amor,
como o agricultor ensina-nos a perder um para ganhar muitos frutos,
como Jesus, ensina-nos a morrer em doação,
para ressuscitarmos para uma Vida em compaixão.
Abre os olhos do nosso coração e mobiliza as nossas mãos

para um mundo novo fecundado pela caridade e pela justiça.

terça-feira, junho 18, 2013

 

3ª feira da 11ª semana do tempo Comum

Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa, para vos enriquecer com a sua pobreza. (cf. 2 Cor 8,1-9)

Deus é rico em misericórdia
e o Seu amor jorra em fonte de graças e dons.
Deu-nos tudo: a vida, a criação, a inteligência,
a liberdade para acreditar ou negar,
a arte de sorrir e de amar, de chorar e compadecer-se,
a capacidade de nos darmos e de partilhar.
Deu-nos tudo e deu-se Todo:
a Aliança e a Palavra bussuladora,
o Seu Filho eterno e omnipotente,
em fragilidade de menino e impotência de crucificado.
Deu-se totalmente no Seu Espírito derramado
em inabitação luminosa e filiação divina fecundada.
Tão próximo e tão tão pobre de poder,
que de tanto amar se esvaziou de Si,
para a todos enriquecer com o único tesouro que flui.

A avareza cega-nos a solidariedade.
A luxúria instrumentaliza a pessoa.
A injustiça consagra a mentira e a corrupção.
A insensibilidade ao necessitado é sintoma de diabetes espiritual.
A incapacidade de partilhar e de perdoar
é sinal de uma grande indigência de confiança
e obesidade de egoísmo e de medo do futuro.
Só imitando e seguindo a Cristo
podemos descobrir que há mais alegria em dar do que receber.

Senhor do Céu e da Terra
que nos deste a posse universal de todos o bens,
ensina-nos a cultivar a fraternidade e a justiça,
para que a ninguém falte o pão nosso de cada dia,
nem um pedaço de terra para cultivar a partilha.
Quando encontrarmos alguém indigente de pão ou de ombro,
abre as nossas mãos em sorrisos de generosidade.
Num mundo descalibrado em mundos paralelos,
ajuda-nos a ser voluntários da justiça e
pontes de fraternidade solidária em fontanário,
para que o homem se reencontre filho do mesmo Pai

que a todos abraça e salva em doação total e eterna.

segunda-feira, junho 17, 2013

 

2ª feira da 11ª semana do Tempo Comum

Mostramo-nos em tudo como ministros de Deus.(cf. 2 Cor 6,1-10)

Somos colaboradores de Deus pela Sua graça.
Com isso, não procuramos altares de adoração,
nem tronos de privilégios e de isenção.
Somos, pelo contrário, desafiados a seguir Jesus
que sendo Deus se fez homem,
sendo Senhor do Céu e da terra, se fez servo de todos,
tudo possuindo, se fez peregrino e mendicante de amor.
A graça de Deus manifesta-se na imitação de Cristo,
testemunhada por S. Paulo com sua vida missionária:
perseverança na tribulação, santidade de vida,
caridade sem fingimento, perdão na difamação,
verdade nas palavras e nas obras, luta pela justiça,
confiança na perseguição, felicidade no ministério...

O Papa Francisco tem falado muito desta Igreja,
frágil, profética, justa, fraterna, serva e santa,
em que todos se manifestem com ministros de Deus.
A tentação, na Igreja e na sociedade,
é fazer do ministério (=serviço) um poder sagrado,
que nos permite viver como pagãos
e ser tratados como senhores hierárquicos.
Quanto maior for a responsabilidade, maior é o perigo,
mas ninguém está isento desta tentação
de transformar o serviço em poder.

Senhor Jesus, Árvore de Vida Nova,
faz-nos renascer com critérios e sonhos novos,
para que aprendamos a subir descendo
e a servir o bem com um amor incondicional.
Aumenta a nossa fé na graça da cruz,
quando nos sentimos crucificados pela dor,
pela injustiça, pela rejeição e a incompreensão.
Ensina-nos a arte da fidelidade na tribulação.
Que o Teu Espírito de liberdade nos guie

e nos ajude a ser verdadeiros ministros de Deus.

domingo, junho 16, 2013

 

Domingo 11º do Tempo Comum

Não quero tornar inútil a graça de Deus. (cf. Gal 2,16.19-21)

Em Deus o amor excedeu-se em dom,
a vida manifesta-se em criação,
o carinho esmerou-se em beleza e harmonia,
o cuidado personalizado escondeu-se em leis da natureza,
a misericórdia ofereceu-se em Aliança e perdão,
a Palavra surpreendeu-nos em profecia,
o Filho fez-se homem e entregou-se na cruz,
porta-voz dum Deus que nos ama tanto,
que não só não destrói o pecador,
como é capaz de morrer por ele e o perdoar.

Nós podemos tornar inútil esta graça abundante de Deus
passando pela vida vegetando, num autismo narcisista.
Podemos ser como a flor à janela duma sacristia,
que vê, pelo vidro, a chuva cair abundantemente,
mas definha de sede na vitrina do seu comodismo,
que ouve os louvores a Deus na capela ao lado,
mas vive amargurada, presa no seu vaso de mundo fechado.

Senhor, oceano de graça onde a vida se refaz
e transforma o pântano em nascente de água viva,
purifica as nossas águas paradas do medo e do egoísmo
e ajuda-nos a descobrir a alegria do dom que se acolhe e semea.
Aumenta a nossa fé e confiança em Cristo
para acolhermos a graça do perdão quando pecamos
e fortalecermos a fraternidade quando Te comungamos.
Que o teu Espírito nos abra o olhar à contemplação
e o coração ao amor que deixa Cristo habitar,
para que já não seja eu o ídolo a adorar,

mas Cristo o Senhor que vive em mim. 

sábado, junho 15, 2013

 

ENSINA-ME A VER, SENHOR, COM TUAS LENTES DE AMOR

Ver, como quem perscruta
E a voz de Deus Escuta,
Em cada ser contemplado,
Que deixa maravilhado
Todo o que com Deus se encanta,
O tem vivo em sua alma,
Não apenas na garganta.

É ver o Bem semeado,
No justo e no pecador
Pelo próprio Criador,
Para, alegre, Te louvar,
Pelo Teu imenso amor.

É ver e reconhecer
O mal em mim existente
Que é fruto do meu pecado,
Para a Deus recorrer
E ao sentir-se perdoado,
Começar a renascer.

Senhor, de amor e bondade,
Para toda a humanidade
E acolhes o pecador
Que Te olha arrependido,
Ao ver-se um indigno filho,
Como Deus Pai compassivo,
Lhe concedes Teu perdão,
O abraças, sem criticar,
Antes, lhe estendes a mão,
Convidando-o a caminhar
Com festa no coração
E a sentar-se à Tua mesa
Da Palavra e do Pão,
Onde o ensinas a amar
E a saber perdoar,
Como Tu, a seu irmão.

Louvado sejas, Senhor,
Que detestas o pecado,
Mas amas o pecador,
Unge-me com Tua graça,
Para, contigo aprender
A usar lentes de amor,
Compreensão e perdão,
Para com o meu irmão
Que peca tal como eu,
Por fraqueza ou maldade,
Mas a quem sempre defendes
Sua humana dignidade.


Maria Lina da Silva, fmm -Lisboa, 15.6.2013  

 

Sábado da 10ª semana do Tempo Comum

Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura; as coisas antigas passaram: tudo foi renovado. (cf 2 Cor 5,14-21)

Cristo deu a Sua vida por todos,
impelido por um amor desconhecido e eterno,
que nasce de Pai e nos reconcilia com Deus.
Quem adere a Cristo pela Fé e o Batismo,
deixa de viver para si mesmo e passa a viver em Cristo.
É uma nova criatura, embaixadora da reconciliação,
cujo coração bate ao ritmo de Cristo
e cujos pulmões respiram ao ritmo do Espírito.

Mas o amor continua a ser livre
para viver para si mesmo ou para Deus,
para ser embaixador da reconciliação
ou responsável pela violência, injustiça e divisão.
Cada instante necessita dum sim renovado a Cristo,
pois se deixarmos de ESTAR EM CRISTO,
voltamos às coisas antigas, impelidos por outros amores.

Senhor Jesus, que nos amaste primeiro
e Te deste todo inteiro e para sempre,
independentemente da nossa resposta,
obrigado e alarga o nosso coração
para que de amor e paz nos alimentes.
Ensina-nos a estar em Ti permanentemente,
para que sejamos fieis embaixadores da Tua reconciliação.
Que a nossa vida seja um SIM a Deus

e um NÃO claro à tentação e ao mal.

sexta-feira, junho 14, 2013

 

6ª feira da 10ª semana do tempo Comum

Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério. (cf. 2 Cor 4,7-15)

A grandeza e riqueza da graça de Deus manifesta-se,
mais facilmente, na fragilidade humana.
A beleza do ser humano está na humildade e vigilância
com que cuida e zela pelo dom da vida, da fé e da vocação,
com que Deus, na Sua graça, o eleva à dignidade de sócio.
O barro da nossa fragilidade dá graças pelo tesouro que contém,
e desperta-nos para a necessidade de caminhar à luz da verdade,
com equilíbrio e atenção às ratoeiras da tentação,
de pensarmos que o barro do instante é o tesouro
e o dom de Cristo em nós o barro descartável.

A consciência de sermos barro relicário,
duma fé viva que quer florescer e dar fruto,
ajuda-nos a cuidar para que não morra nem seque,
a mondar as ervas daninhas do egoísmo e da inveja,
a podar a cegueira do materialismo e da avareza,
a tratar os parasitas que dividem e corroem a paz.
A castidade precisa de ser cuidada e procurada.
O amor necessita de ser descentrado e benfazejo.
A relação carece de diálogo e perdão para se alimentar.
A santidade vive de fidelidade e confiança total em Deus.

Senhor, Tesouro escondido no barro da história,
ajuda-nos a aproveitar a fragilidade e o pecado
para Te louvar e agradecer pelo dom da Tua graça.
Senhor, força do fracos e esperança dos perdidos,
protege-nos dos perigos de perdermos o vaso e o tesouro,
quando caímos no pecado e lutamos por tesouros de encantamento.
Dá-nos a sabedoria da mulher aguadeira,
que sabe ser mensageira da fonte da vida,
cuidando com mestria, equilíbrio e persistência,

do vaso frágil que transporta a água e gera vida nova.

quinta-feira, junho 13, 2013

 

5ª feira da 10ª semana do Tempo Comum – Festa de S. António

Aquele que medita na lei do Altíssimo (…) será cheio do espírito de inteligência. (cf. Sir 39,8-14)

Deus guia as criaturas,
com Suas Palavras de Aliança e de verdade,
a crescerem até à estatura de filhos de Deus.
Quem medita e adere à Palavra de Deus com confiança,
aprende a alegria e a dignidade de ser filho do Altíssimo
e a felicidade e o compromisso de ser irmão de todos.
É uma sabedoria que penetra os mistérios da vida
e concentra o coração naquilo que permanece
e não na erva que de manhã viceja e à noite seca.

A vida de S. António de Lisboa
navegou em águas profundas
do conhecimento vital da Palavra de Deus.
Os estudos nos Cónegos Regulares de S. Agostinho,
em Lisboa e Coimbra, não foram para acumular saberes,
mas uma aprendizagem de viver livre e apaixonado
por ser portador da luz de Cristo ao mundo
e dar sabor à esperança ao cego e ao perdido.
Por isso, quando se tornou doutor,
quis viver como mendicante e peregrino,
evangelizador da fé e facho de conversão.
A sua vida fez-se Palavra e a Palavra gerou vida,
em sandálias e burel de franciscano missionário.

Deus da Aliança e do Amor,
obrigado pela Tua Palavra de verdade
que guia e alimenta uma vida para sempre.
Obrigado por Jesus, Teu Filho e Palavra encarnada,
caminho, escada e porta do Céu da paz e do amor,
para quem O segue e O assimila na vida.
Obrigado Espírito de sabedoria e de luz,
continua a moldar o nosso coração
e a fazer que a nossa vida glorifique a Deus

com a transparência alegre das palavras e das obras.

quarta-feira, junho 12, 2013

 

4ª feira da 10ª semana do Tempo Comum

Foi Ele que nos tornou capazes de sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito. (cf. 2 Cor 3,4-11)

Batizados em Cristo, fomos recriados à imagem do Filho.
Ungidos pelo Espírito, recuperámos a saudade
de um amor perdido, feito docilidade e ternura,
que faz de nós servos-livres da nova Aliança.
A letra morta dos mandamentos, que estava fora,
agora habita e palpita viva em nossos corações.
O sonho de Deus é que nos deixemos moldar a partir de dentro,
para que nos tornemos letra viva do Amor de Deus,
com pés de irmãos e mãos elevadas de adoração.

Uns são movidos pelo medo da perdição,
outros pelo arrastamento da cultura e da tradição,
outros são como abelhas insaciadas,
que saltam de flor em flor, em zumbido interesseiro,
sem se apaixonar por nenhuma nem agradecer a doçura.
São os cristãos por dever e sem convicção,
que dos mandamentos petiscam apenas o que lhes agrada.

Senhor Jesus, que nos chamas a ser ministros da nova Aliança,
envia-nos o Teu Espírito de santidade e de amor,
para que sejamos letra viva do Teu Evangelho
em todas as circunstâncias e estados de vida.
Às crianças, jovens e adultos,
aos solteiros, casados, consagrados e viúvos
ajuda-nos a ser ministros felizes e autênticos
da nova Aliança do Amor divino

que faz do quotidiano uma primavera de esperança.

terça-feira, junho 11, 2013

 

3ª feira da 10ª semana do tempo Comum – S. Barnabé

Um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. (cf. At 11,21b-26; 13,1-13)

O Espírito Santo e o seguimento fiel de Jesus
recriam e alimentam a vida do homem novo.
Os frutos mais visíveis são a bondade feliz e livre,
encarnada em sentimentos, atitudes e opções
onde podemos ler facilmente Cristo vivo hoje.
Pelo Batismo entregamos toda a vida a Deus,
para que, na forja do Fogo do Espírito,
nos purifique de toda a impureza e egoísmo
e nos molde segundo a forma e o coração de Cristo.
Foi o que aconteceu a José de Chipre,
que pela fé aderiu totalmente a Cristo
e pelo testemunho foi chamado, pelos outros,
Barnabé: “Filho da Consolação”.
Livre perante as riquezas, doa-se em caridade.
Aberto às surpresas de Deus, acolhe o novo do Alto.
Servo do bem e do diálogo, promove o trabalho em equipa.
Obediente à Palavra, parte em Missão.
Humilde servidor de Cristo,
deixa que os outros cresçam e ele diminua,
para que Cristo seja tudo em todos.

Senhor, proposta de vida nova
para quem aceita nascer de novo,
recria-nos pela fé em Jesus, ao ritmo do Espírito,
em imagens únicas e atuais de Filhos de Deus.
Faz de nós Evangelho vivo legível para todos
os que na cidade são analfabetos da Tua Boa Nova.
Abre os nossos olhos aos sinais da Tua presença

e torna-nos agentes dóceis da Tua Aliança.

segunda-feira, junho 10, 2013

 

2ª feira da 10ª semana do Tempo Comum – Anjo de Portugal

Não temas. (cf. Dn 10,2a. 5-6. 12-14ab)

Deus não abandona o seu povo.
Da-nos e sustenta-nos a vida, vela por nós,
procura o que anda perdido,
pacifica quem anda temeroso,
anima quem anda angustiado e sem esperança,
fortalece o fraco e rebaixa o orgulhoso...
É um Deus que nos ama na liberdade
e cuida de nós escondido, com anjos que nos guiam,
com mãos invisíveis e e palavras interiores.

O país anda deprimido e age por medo.
As segurança anteriores desmoronaram
e o futuro escureceu, arrefecendo o ânimo.
Há que começar de novo a construir a esperança,
em alicerces mais realistas, mais solidários e justos.
O futuro não nos pertence, mas o presente é um dom
que precisamos de cuidar com humildade,
sentido do bem comum, verdade e confiança.
Que o nosso Anjo da Guarda nos conduza
pela mão do discernimento e da paz.

Senhor, Pastor incansável do Teu rebanho,
obrigado pelo teu cuidado amoroso e personalizado.
Obrigado pelo Anjo da Guarda que nos envias
como mensageiro de esperança
e mão amiga de caminhos que geram vida.
Ensina-nos a saber ver e ouvir, no ruído das tentações,
este amigo silencioso que nos conduz para Ti.

Faz de cada um de nós um anjo da guarda do irmão.

domingo, junho 09, 2013

 

10º Domingo do Tempo Comum

«Agora vejo que és um homem de Deus e que se encontra verdadeiramente nos teus lábios a palavra do Senhor» (cf. I Rs 17,17-27)

Deus fala por meio de profetas a quem inspira
palavras e gestos que revelam a fidelidade,
a paciência e o amor de Deus pela humanidade.
É uma presença que revela o pecado que gera a morte,
para depois poder recriar a vida pela fé e a conversão.
Elias é um verdadeiro profeta, transparência do Deus da Vida,
que devolve a alegria, em filho renovado, à mãe chorosa.
Por fim, Deus envia o Seu Filho, o Verbo Divino,
Palavra da Vida a peregrinar em coração compassivo,
ao encontro do cortejo da morte que chora o desespero.
Jesus toca o berço da morte com o dedo gerador de vida
e manda levantar quem anda deitado e sem vida.
A Palavra da Vida ressuscita o jovem que se senta,
em atitude de discípulo atento à Palavra,
e começa a falar palavras que revelam vida,
em testemunho que anuncia a esperança.

Hoje temos muitos pretensos profetas
que anunciam a boa nova de salvação aos jovens.
Uns prometem uma redenção religiosa e espiritualidade
a troco da filiação na sua religião ou igreja.
Outros prometem uma redenção política e económica
em troca de um voto de confiança numa pessoa ou partido.
Outros prometem uma felicidade moderna
em troca do consumo de moda ou orgias noturnas
de sociabilidade virtual e gozo artificialmente induzido.
A promessa só é verdadeira quando os frutos são de vida
e os filhos nos são devolvidos mais maduros e sábios,
com a dignidade e liberdade de quem caminha de pé,
a humildade e a abertura de quem dialoga sentado,
com o entusiasmo e a confiança de quem ensina aos outros
o caminho da vida para sempre, sem medo de ser diferente.

Senhor, Palavra da Vida, Peregrino em tenda do encontro,
nesta feira de vaidades com altifalantes de charlatães,
ensina-nos o discernimento da Voz da Verdade
e a sabedoria do olhar penetrante, especialista em qualidade.
Senhor Pai Santo, que nos devolves o Teu Filho Vivo,
quando te O entregámos morto e rejeitado,
recria-nos no Coração compassivo do Teu Filho
e que o Teu Espírito nos conduza na Fé e na Verdade.
Ensina-nos a ser profetas da juventude de hoje,
para lhe sabermos propor o caminho da Vida,

com olhar de fé, pés de esperança e coração justo.

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