quarta-feira, julho 31, 2013
4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Inácio de Loiola
Não sabia que o seu rosto irradiava luz, depois de se
encontrar com o Senhor. (cf. Ex
34,29-35)
O encontro com a Luz incendeia a vida de Moisés.
Sem se dar conta, o seu rosto refletia plenitude.
O encontro com o Senhor deixa marcas de paz
e boas novas de aliança que é necessário transmitir.
Moisés torna-se assim confidente de Deus
e Seu mensageiro junto do povo.
A sua vida peregrina entre duas paixões:
o amor de Deus onde procura luz e sabedoria
e o amor do povo a quem educa para a justiça e a liberdade.
Há muita gente que se vangloria de ser piedoso,
de rezar muito, ser muito praticante...
mas, como Moisés, devem ser os outros a notar
que vimos dum encontro luminoso com o Senhor:
pelo reflexo alegre do olhar,
a paz reconciliada do coração,
a bondade paciente do acolhimento,
a justiça misericordiosa da escuta,
a esperança profética do agir,
o testemunho evangélico coerente e disponível.
Senhor, Sol da Justiça e fonte de paz,
ilumina a nossa vida até à medula
e faz de nós círios pascais de esperança
no meio das trevas da morte e do sem sentido.
Ensina-nos a fazer de cada celebração
um encontro renovado e renovador,
para que saiamos diferentes e fortalecidos
para sermos reflexos da Luz, sem nos darmos conta.
O encontro com a Luz incendeia a vida de Moisés.
Sem se dar conta, o seu rosto refletia plenitude.
O encontro com o Senhor deixa marcas de paz
e boas novas de aliança que é necessário transmitir.
Moisés torna-se assim confidente de Deus
e Seu mensageiro junto do povo.
A sua vida peregrina entre duas paixões:
o amor de Deus onde procura luz e sabedoria
e o amor do povo a quem educa para a justiça e a liberdade.
Há muita gente que se vangloria de ser piedoso,
de rezar muito, ser muito praticante...
mas, como Moisés, devem ser os outros a notar
que vimos dum encontro luminoso com o Senhor:
pelo reflexo alegre do olhar,
a paz reconciliada do coração,
a bondade paciente do acolhimento,
a justiça misericordiosa da escuta,
a esperança profética do agir,
o testemunho evangélico coerente e disponível.
Senhor, Sol da Justiça e fonte de paz,
ilumina a nossa vida até à medula
e faz de nós círios pascais de esperança
no meio das trevas da morte e do sem sentido.
Ensina-nos a fazer de cada celebração
um encontro renovado e renovador,
para que saiamos diferentes e fortalecidos
para sermos reflexos da Luz, sem nos darmos conta.
terça-feira, julho 30, 2013
3ª feira da 17ª semana do Tempo Comum
Moisés ficou ali com o Senhor (...)
E escreveu nas tábuas as palavras da aliança.
(cf. Ex 33,7-11; 34,5b-9.28)
Moisés
reserva uma tenda para o encontro com o Senhor.
É a
Tenda da Reunião que fica fora do acampamento.
A
montanha desceu à planície e envolveu-a com a Sua Nuvem,
para
que o povo não esqueça a proximidade e distância,
do Seu
Deus clemente e justo, libertador intangível.
As
tábuas da aliança precisam de ser reescritas
em
paciente intimidade e escuta de encontro,
pois a
memória recebe interferências camufladas
dos
sonhos de quem recorda e comunica.
Moisés
precisa de se deixar regravar com o estilete do Amor,
para
poder ser fiel à Aliança quando reescreve as tábuas.
Hoje
vivemos numa espécie de gnose moderna.
Pensa-se
que basta saber a doutrina
e
fazer todo o percurso iniciático de catequese,
para
passar o resto da vida a recordar currículos.
A
memória é traiçoeira e recria novas alianças
com
vozes subjetivas, mais recentes e impulsivas.
Se não
encontramos a nossa “Tenda da Reunião”
e não
promovemos encontros de escuta e conversão,
deixamo-nos
guiar mais pelas vozes de encantamento,
do que
pelo encanto duma Aliança eterna que nos surpreende.
Senhor
que enviaste o Teu Filho
a
montar a Sua Tenda no meio de nós,
como
Pastor amigo que procura ovelhas perdidas,
abre
os nossos olhos da fé à Tua presença
e os
ouvidos do nosso coração à Palavra da Vida.
Que o
Teu Espírito grave as nossas entranhas
com o
suave perfume da Tua Lei do Amor
para
que as sandálias se desfaçam em serviço fraterno
e o
silêncio aprenda a escutar a Aliança
que
nos faz voltar à Fonte do segredo da eternidade.
segunda-feira, julho 29, 2013
2ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Marta
Faz-nos um deus que vá à nossa
frente. (cf. Ex 32,15-24.30-34)
Moisés
está no Monte Sinai
a
deixar-se gravar pela Aliança do Senhor.
É um
processo que leva tempo e intimidade.
O
povo, na planície, cansa-se de esperar
e quer
um deus mais brilhante e domesticável.
Pede a
Araão que lhes faça um besouro de ouro,
que
possam ver, tocar e manobrar com rituais.
É um
deus animal, pequeno e imóvel,
que
tem olhos mas não vê,
tem
boca mas não fala, tem ouvidos mas não ouve.
É
difícil seguir um Deus Mistério e grandioso,
libertador
e formador de liberdade e justiça!
Seguir Jesus é
entrar numa aventura.
É aprender a sair
de si mesmo para gatinhar liberdade,
em joelhos de
humildade e confiança
e mãos dadas de
justiça e amor.
Hoje fala-se muito
de espiritualidade e amuletos,
numa busca de
segurança sem compromisso.
É uma
religiosidade à medida de cada um,
individualista e
que funciona apenas nas urgências.
Senhor, Deus da
Aliança e promotor de maturidade,
fortalece a nossa
busca de Mistério,
com a paciência de
quem se prepara para viver na eternidade
e a obediência de
quem quer aprender a ser Filho.
Liberta-nos da
tentação de fabricarmos deuses de ouro,
que nos
tranquilizam, mas não nos salvam.
Guia-nos e
alimenta-nos com a insondável luz da fé.
domingo, julho 28, 2013
17º Domingo do Tempo Comum
Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu
que não passo de pó e cinza.
(Gn 18,20-32)
Na
oração o pó, animado pelo abraço eterno de Deus,
atreve-se
a falar confiadamente ao seu Senhor.
É um
diálogo humanamente impossível,
mas
divinamente buscado pelo “Faça-se” criador
que
eleva as criaturas à condição de filhos amados.
Por
isso, a oração é um dom do Espírito divino
que
empresta a Palavra a este pó cinzento
e nos
coloca o desejo de pulsar o coração
ao
ritmo dum coração grande, eterno e uterino.
É por
isso que a oração necessita de tempo,
de
silêncio, intimidade e pés descalços diante do Mistério.
A
oração precisa de aprendizagem e fé.
Não
necessita de palavras mágicas e poderosas,
como
se o segredo estivesse nas fórmulas
e não
na atitude e na busca de comunhão.
Precisa
de fé para ver a presença invisível,
mas
pessoal e envolvente da Aliança.
Carece
de aprendizagem que ensine
a
sintonizar com a frequência em que Deus fala
e a
compreender a linguagem do amor
que
brota dos sinais, moções e silêncios.
Senhor,
Pai Santo e beijo de vida,
envia-nos
o Teu Espírito que faz brotar em nós
o
gemido inefável dos filhos queridos na graça.
Senhor
Jesus, coração amado,
em
permanente comunhão com o Pai,
que na
cruz e no batismo nos fizeste renascer filhos
que
crucificam o medo e o pecado,
ensina-nos
a orar, animados pela confiança filial
e pela
amizade fraterna e solidária.
sábado, julho 27, 2013
ORAR COM CONFIANÇA FILIAL
A oração me aproxima
De Deus, Pai do terno
amor,
Que olha com imensa
bondade
Esta pobre humanidade,
Num acto potenciador
Dos sonhos e da vontade
Impressos no coração,
Pela mão do próprio
Deus,
Como escada para os céus,
Para os filhos de Abraão
Que O sirvam em cada irmão.
A oração me transporta
A Deus que me criou e ama,
E, pela mão de Jesus,
Me guia e me conduz
Ao prado da vida
abundante,
Onde Ele me ensina a orar,
A servir e a amar,
Fielmente, até à cruz,
Para defender a vida
E construir o Teu Reino
De justiça, paz e amor,
Graças à força da Fé,
Haurida na oração
Que me faz manter de pé
E dá luz à minha vida,
Para Te revelar na acção.
Ensina-me, bom Senhor,
A escutar-Te confiante,
Atenta, a cada instante,
À Tua voz que me embala
E a noite dos medos cala,
Como criança pequena
Que de soluçar termina,
No colo da Mãe que a
mima,
Com ternura, amor e
estima,
Deixando-a ouvir a canção
Do pulsar do coração,
Numa filial relação.
COMO NÃO CONFIAR,
SEMPRE,
NESTE DEUS QUE É PAI E
MÃE,
E FAZER DA SUA VOZ
O LÁ DA VIDA E DA ACÇÃO,
TENTANDO AFINAR MEUS
PASSOS
PELO SEU DIAPASÃO,
DE AMOR E SALVAÇÃO?!
Maria Lina da Silva,
fmm
Lisboa, 27.7.2013
Sábado da 16ª semana do Tempo Comum
Mandou que alguns jovens israelitas
oferecessem (…) sacrifícios pacíficos ao Senhor.
(cf. Ex 24,3-8)
A Lei
constitucional dum povo peregrino e livre,
brota
do Monte Sinai, sintonizado com o Amor Primeiro,
capacitando
estes buscadores duma terra sem males,
para
viverem em aliança pacífica com Deus
e em
fraternidade justa e amiga com as criaturas.
Moisés
envolve os jovens no acolhimento da Palavra
e
compromete-os na oferta de sacrifícios ao Senhor.
Serão
eles que, hoje e no futuro, assegurarão a Aliança:
“Faremos
tudo o que o Senhor nos ordenou”.
As
Jornada Mundiais da Juventude,
a
catequese e a pastoral juvenil em geral,
não
podem ser momentos de animação emocional
ou de
entretimento esporádico à volta do nome de Jesus.
Devem
aprofundar raízes, proporcionar respostas,
comprometer
suor solidário,
silenciar
ruídos e discernir escutas,
fortalecer
fidelidades, iluminar a fé calejada.
Senhor
Jesus, que selaste com o próprio sangue
a nova
e eterna Aliança no altar da injustiça
e nos
amaste até ao fim, mesmo na solidão do abandono,
ensina-nos
a ser fieis sem desânimos nem fugas.
Que o
Teu Espírito nos dê um coração novo
para
que o “Ámen” ritual frutifique em fidelidade.
Ensina-nos
a envolver os jovens,
com o
seu sangue e força de aventura,
na
construção de alianças de fé e de amor,
com a
marca da coerência e da verdade,
calejada
de lutar contra as ondas massificadoras
que
abafam a originalidade duma felicidade sustentável.
sexta-feira, julho 26, 2013
6ª feira da 16ª semana do tempo Comum, S. Joaquim e S. Ana
Uso de misericórdia até à
milésima geração para com aqueles que Me amam. (cf.
Ex 20,1-17)
Deus aponta limites
para que a liberdade
não se transforme
em servidão: os dez Mandamentos.
São dez “Nãos”
que nos afastam do Deus libertador
e degradam as
relações de fraternidade com os outros.
Estas dez
proibições sinalizam perigo de morte
para o fundamento
da Aliança e da liberdade:
amar a Deus no Seu
mistério e proximidade,
amar os outros como
irmãos e na sua integridade.
As leis são
exteriores e movem pelo temor do castigo.
Se não estiverem
aliadas a uma verdadeira adesão de amor,
tornam-nos
especialistas em fugas, representações,
estratagemas de
engano, arte de escondimento.
Fazem-nos pensar
que é mais importante parecer do que ser,
saber roubar do que
aprender a trabalhar,
encontrar fugas à
Lei do que cumpri-la.
Por isso, as leis e
os mandamentos sem amor,
matam a verdade e
tornam pesado o seguimento.
Senhor Jesus,
inflama-nos com o fogo do Teu Espírito
que alimenta o amor
e nos faz crescer na verdade,
para que possamos
descobrir a beleza e a alegria
de Te seguir e Te
servir nos nossos irmãos.
Liberta-nos das
seguranças externas das fortalezas do NÃO,
para que
descubramos a aventura das pontes do SIM ao bem.
Nas nascentes do
Teu Sim, em proposta de Aliança,
torna-nos fontes de
vida nova, florida de sementes de amor.
quinta-feira, julho 25, 2013
4ª feira, Festa de S. Tiago, Apóstolo
Andamos perplexos, mas não
desesperados; (cf. 2 Cor 4,7-15)
O
seguimento de Jesus é uma aventura,
que
decorre de surpresa em surpresa,
entre
aquilo que são as nossas expetativas e as de Deus.
Jesus
segue o caminho do serviço, podendo dominar,
da
doação de vida, podendo viver à custa dos outros,
da não
violência, tendo na sua mão todo o poder,
da
misericórdia e do perdão, podendo condenar e castigar.
A
perplexidade nasce do desencontro entre
as
bem-aventuranças de Jesus e os ideais de felicidade humanos.
Apreciamos
a docilidade de Cristo para com os pecadores,
mas
perdemos a cabeça perante o que mente,
o que
nos trai, falha na sua palavra, é inconstante.
Admiramos
a Sua total confiança no amor do Pai,
mas
desesperamos quando Deus não faz a nossa vontade
e
permite que passemos por provas de dor, fracasso,
cruz,
perseguição, doença ou perda de pessoas queridas.
Aderimos
a Cristo, sonhando ser protegidos e beneficiados,
mas
desesperamos quando vemos
que
Deus não se coloca ao nosso serviço,
e
invejamos a sorte dos que prosperam na vida,
apesar
de não serem praticantes nem aparentemente bons.
Senhor
Jesus, nesta festa de S. Tiago,
o
primeiro dos apóstolos a ser morto por causa da sua fé,
ensina-nos
a fazer o caminho misterioso e divino
do
desejo de ser o primeiro em honras e poder
para a
descoberta da felicidade de ser o primeiro
na
fidelidade e na constância, mesmo nas dificuldades.
Perante
a perplexidade do Teu seguimento,
que
nos obriga a nascer de novo cada dia,
fortalece-nos
na solidão de ser diferente e impotente no amor,
e
ilumina a nossa esperança e a nossa busca
com o
dom da fé e do Espírito que conhece a meta.
quarta-feira, julho 24, 2013
4ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
Vou fazer que chova para vós pão
do céu (cf. Ex 16,1-5.9-15)
Deus quer um povo
livre e fiel,
capaz de sonhar
para além dum estômago cheio.
O deserto e as
privações inflacionam a liberdade
e murmuram contra
Deus e contra Moisés e Araão.
Estão dispostos a
vender a sua liberdade
por uma panela de
carne e o pão duma opressão escrava.
Deus envia-lhes o
Maná, o pão nosso de cada dia,
que chove da Nuvem
da Glória do Senhor,
cada manhã, como
orvalho que fecunda um povo novo.
Devem aprender a
alimentar-se deste pão do céu,
acompanhado pelo
sustento da Palavra e da Aliança.
As necessidades
primárias vêm acompanhadas
duma sensação de
desconforto
e compensadas por
uma sensação de prazer.
Determinam o
instinto de sobrevivência (fome e dor)
e de continuidade
da espécie (impulso sexual).
O desafio do ser
humano é fazer destas necessidades,
que determinam toda
a vida animal,
numa oportunidade
de satisfação de outras necessidades
mais humanas e
libertadoras, mais espirituais e redentoras:
a mesa como lugar
de encontro, convivência e fraternidade,
a sexualidade como
expressão dum amor unitivo,
gratuito e fiel que
transforma dois seres diferentes,
numa família
única, solidária e fecunda.
A tentação,
perante os desertos e as privações novas,
é querer voltar
atrás, regredir à condição de dependência
dum seio materno
pequeno e limitado,
mas confortável e
alimentado de olhos fechados.
Senhor, Pão vivo
descido do Céu,
ensina-nos a
aprender, na Tua mesa da Palavra e do Corpo,
a comungar a
esperança e a fortalecer a fraternidade.
Faz-nos crescer até
à maturidade de filhos de Deus,
livres de tudo, de
todos e até de nós mesmos, para amar,
capazes de
enfrentar os desertos e os fracassos,
pois confiamos que
a meta não está em voltar atrás,
mas em prosseguir
sob a Nuvem da promessa e da fé.
terça-feira, julho 23, 2013
3ª feira da 16ª semana do Tempo Comum - S. Brígida
Vivo animado pela fé no Filho de
Deus. (cf. Gal 2,19-20)
O Amor
de Deus manifestou-se na vida de Jesus.
O
omnipotente fez-se servo da vida para todos.
O
omnisciente amou fielmente quem o havia de trair.
O
eterno fez-se tempo para abrir o tempo à eternidade.
O amor
entregou-se por nós, crucificando o egoísmo.
Jesus
serviu-nos a sua Páscoa em pão de salvação
e
deu-nos o Seu Espírito em alento de vida nova.
Como
Paulo, podemos viver na cidade dos homens,
animados
pela fé em Jesus, vivendo como Filhos de Deus.
Assim,
o amor de Deus pode continuar a encarnar no tempo
e a
florir Cristo em cada cristão, perfumando o mundo,
duma
esperança nova em construção,
no
calvário da fidelidade e do perdão.
Ser
cristão não pode ser hoje sim e amanhã não,
nem
simples arrastar de tradição,
nem
identidade fluída à minha imagem recriada.
Ser
cristão é confiar na Palavra do Mestre que nos conduz,
é
aceitar tratar-se pelo Médico em transplantes de coração,
é
alimentar-se do Pão da partilha e do vinho feliz da doação,
é
deixar-se possuir e conduzir pelo Espírito da Santidade
mesmo
peregrinando em espinhos de injustiça
e por
precipícios de encantamento mortíferos e enganadores.
Senhor
Jesus, eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé.
Alimenta
e fortalece em nós a saudade de Deus,
de tal
forma, que recriemos já aqui o Céu esquecido.
Liberta-nos
da tentação de procurarmos ensaiar novas vias,
pois
sabemos que a Tua solução de Amor crucificado
é o
Caminho certo e seguro para vencermos a morte
e
abrirmos a porta da vida, divinamente amada para sempre.
S.
Brígida, padroeira da Europa, ensina-nos a viver no mundo
em
união perfeita e visão libertadora de Jesus crucificado.
segunda-feira, julho 22, 2013
2ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
Não era isto que te dizíamos no
Egito: ‘(...) mais vale servir os egípcios que morrer no
deserto’?». (Ex 14,5-18)
O
caminho da libertação traz riscos e exige fé.
Parece
mais fácil e seguro permanecer onde se está,
mesmo
que seja na escravatura e na opressão do mal,
do que
decidir-se a começar algo novo e libertador.
É o
medo de morrer no deserto do desconhecido,
de se
entregar nas mãos dAquele que permite a perseguição
e
exige que levantemos o acampamento
e nos
ponhamos em marcha na fé,
sem
sabermos como vamos passar o mar,
nem
como vamos escapar dos nossos perseguidores.
A fé
precisa da oração confiante,
mas
também que façamos tudo o que podemos e devemos fazer.
A
situação de pecado e de dependência
cava
em nós a sensação de servidão e de limitação,
mas
também o medo e a incapacidade de mudança.
Custa
ser dependente das drogas, do sexo ou da mentira,
custa
viver preso a fobias ou a rancores purulentos do passado,
mas
custa ainda mais desinstalar-nos do comodismo da escravidão,
pois o
Demónio convence-nos que não podemos sair desta
e é
arriscado o caminho da conversão.
Senhor,
Libertador e Salvador de todas as servidões,
dá-nos
a audácia de arriscarmos levantar-nos
e
começarmos uma vida nova, confiados apenas em Ti.
Fortalece
os nossos pés anestesiados e amarrados,
para
que possam aprender a caminhar na noite e no dia,
no mar
e em terra, por caminhos novos e libertadores,
mesmo
doridos e cansados de lutar no deserto da fé.
Aumenta
a nossa confiança em Ti e liberta-nos da saudade do pecado,
que
nos faz olhar para trás a cada desafio desconhecido,
para
podermos crescer até à estatura do Homem Novo
que
faz da cruz a passagem para a libertação definitiva.
domingo, julho 21, 2013
16º Domingo do Tempo Comum
Cristo no meio de vós, esperança
da glória. (Cf. Col 1,24-28)
Deus,
no seu amor pastoral, surpreende-nos próximo.
A Sua
Glória revestiu-se de humildade peregrina,
mendicante
de hospitalidade acolhedora.
Tudo e
todos lhe pertencemos,
mas
Deus só quer tomar posse e entrar
nos
corações que O convidam e acolhem como Senhor.
Como
Abraão é preciso estar atento e correr ao encontro,
prostrar-se
e suplicar que entre,
oferecer
o melhor de si e do que tem
escutar
a Sua palavra de bênção e de esperança.
Não
basta acolher Jesus como amigo famoso,
como
fez Marta, atarefada em brilhar no bem acolher;
é
preciso hospedar Jesus como Messias e Mestre,
e
sentar-se aos Seus pés como discípulo sedento de Luz.
Cristo
continua no meio de nós escondido,
à
espera dum coração de criança,
ansioso
de crescer e capaz de ver o invisível,
que se
alegre com a Sua presença e O convide a entrar,
como
amigo e mestre na arte de ser e amar.
Quando
todos acham que sabem tudo, é difícil aprender.
Quando
todos se sentem senhores, é difícil ser discípulo.
Quando
todos querem apenas possuir, é difícil querer Ser.
Quando
todos querem falar, é difícil fazer silêncio e escutar.
Quando
todos olham apenas para si, é difícil erguer os olhos,
correr
ao encontro do outro e acolhe-lo como irmão e Senhor.
Senhor
Jesus andamos tão distraídos e ocupados
que
até nos esquecemos de Ti,
apesar
de permaneceres pacientemente ao nosso lado.
Dá-nos
o dom do acolhimento apaixonado
e
fecunda a nossa vida de amor solidário.
Ensina-nos
a fazer do nosso dia
uma
rotina sempre nova de Encontro que gera encontros,
de
Diálogo aberto que modela os diálogos quotidianos,
de
Amizade profunda que ensina a amar verdadeiramente.
Cura a
nossa cegueira e abre os olhos do nosso coração,
para
que, vazios de nós, haja espaço para Ti e para o outros.
sábado, julho 20, 2013
ESCUTA HOSPITALEIRA
Num mundo de egoísmo
De medo e desconfiança,
O Deus da eterna Aliança
Nos abre novo caminho
De vida e relação,
Ensinando-nos a escutar
Todo o que, por nós
passar,
E, na fé, o hospedar,
Na tenda do coração,
A exemplo de Abraão
E de Maria, irmã de Marta
Que, de joelhos bebia,
Numa escuta hospitaleira,
O que Jesus lhe dizia.
Quero tomar consciência
Da Tua presença em mim
E no que passa por mim,
Para dar toda a atenção
À Tua voz que me fala
E alenta o meu coração,
Mas também me desafia
A, com igual alegria,
Escutar e acolher
Aquele que me envias,
De qualquer povo ou nação,
Em quem vejo me visitas
E convidas a alargar
A tenda do coração,
Para, em Teu nome, acolher
O próximo, meu irmão.
Com que atenção e
bondade,
Respeito e hospitalidade,
Lanço o meu fraterno
olhar
A quem, na rua, encontrar
Ou bater à minha porta,
Carente de amor e de pão
E de uma cara feliz,
Alegre e bem-disposta
Que o faça sentir irmão
E permita experimentar
O pulsar do coração
De Cristo a peregrinar,
Percorrendo a terra
inteira,
A propor à humanidade
O dom da hospitalidade?
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 20.7.2013
Sábado da 15ª semana do Tempo Comum (20 de julho)
Foi uma noite de vigília para o
Senhor (...) Será uma noite de vigília consagrada ao Senhor.
(cf. Ex 12,37-42)
Deus trabalha noite e dia para libertar o seu povo da escravidão.
A história da
salvação é uma paciente vigília,
em que o Senhor
renuncia ao seu repouso eterno, o 7º Dia,
para nos salvar a
todos e nos libertar da injustiça e da morte.
Amor com amor se
paga,
neste negócio
gratuito que anseia pelo 8º Dia,
em que os cacos
desajeitados e perdidos do egoísmo
são reconstruidos
e recriados em obras primas
que recuperam a
imagem e a dignidade do seu Criador.
À vigília do
Senhor deve corresponder uma vigília para o Senhor,
para que a memória,
a celebração e o louvor
possam apressar o
nosso êxodo libertador.
Hoje a vida está
cheia de longas vigílias
que trocam o dia
pela noite, o Sol pelo néon,
a libertação do
outro pelo divertimento de si,
o culto do Senhor
da Vida pela veneração dos ídolos de morte.
Não são vigílias
de memória mas de esquecimento,
nem noites de
libertação mas de ilusão.
Adormecemos para o
outro e para Deus,
por isso, quando
despertamos,
continuamos servos
de nós mesmos.
Senhor, que nos
libertas na noite do nosso pecado,
em pacientes e
incansáveis vigílias de Pastor,
que se esquece de
si mesmo para salvar o Seu rebanho,
ensina-nos a vigiar
contigo e em Ti pelos irmãos
para que seja
Páscoa permanente.
Liberta-nos do
cansaço que nos faz desistir dos outros
e do sono que não
resiste ao Teu silêncio
e se cansa de Te
procurar escondido na noite da fé.
sexta-feira, julho 19, 2013
6ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
É a Páscoa do Senhor. Nessa mesma
noite, passarei pela terra do Egito. (cf.
Ex 11,10-12,14)
Moisés e Araão
vão pressionando o faraó,
de muitas formas,
para que deixe partir o seu povo.
O medo que tinha
levado o faraó a oprimir este povo,
transforma-se agora
em estratégia para não o perder
como base de
trabalho barato para sustentar a sua economia.
Neste sentido, é
uma luta entre o Deus da vida,
que procura
libertar o Seu povo da escravidão,
e os deuses da
ambição e do poder material,
que para alcançar
os seus fins,
endurecem o coração
e sacrificam vidas humanas.
Deus passa, durante
a noite de Páscoa, como justiça de luz.
Os que têm a marca
do sangue do cordeiro são salvos,
os que se alimentam
e crescem à custa de vidas humanas,
são denunciados e
castigados com a morte do primogénito.
Hoje continua este
combate entre o Deus da Vida
e os ídolos
dourados que vivem do sangue de sacrifícios:
o tráfico de seres
humanos como trabalho escravo,
a exploração
sexual, o comércio de órgãos,
a dependência e o
negócio da droga...
As notícias destes
sacrifícios dão-se em números frios
de pessoas que
desaparecem e desfalecem,
de migrantes
explorados e enganados...
ao lado de gente
sem escrúpulos
que enriquece e se
organiza em máfias poderosas
que dominam pela
força do medo e da destruição.
Senhor, que anseias
pela Páscoa permanente de libertação,
liberta-nos da
tirania do medo e do pecado
e cura-nos da
injustiça instalada e alimentada.
Que a celebração
da Eucaristia da Tua Páscoa Nova
transforme as mãos
calejadas de insensibilidade e ódio
em abraços
fraternos de paz e sorrisos libertadores de justiça.
Faz-nos compreender
o que significa realmente
que preferes a
misericórdia ao sacrifício.
quinta-feira, julho 18, 2013
5ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
‘O que Se chama “Eu sou”
enviou-me a vós’». (cf. Ex
3,13-20)
Deus é
a Vida que arde de Amor eternamente,
por
isso, pode dizer que é o “Deus dos pais”,
o
“Deus da promessa verdadeira”,
o
“Deus da Aliança fiel”,
o
“Deus libertador dos oprimidos”,
o
“Deus que vê claramente, escuta, chama, envia...”
Ele é
o “Eu sou o que sou” em si e para nós,
que
permanece para lá do mistério e se revela,
que
vive na eternidade e nos acompanha no tempo.
Moisés
e cada um de nós que escuta a Sua voz
é um
enviado do “Eu Sou” aos que se sentem “não sou”,
para
os libertar da opressão que os aniquila e esvazia
da
alegria de viver e da certeza de não ser esquecido.
A vida
tornou-se demasiado volátil e instável.
O que
era ontem, surpreende-nos com outra face hoje,
desde
o governo aos partidos, das leis à ética,
da
amizade ao amor matrimonial,
dos
mercados às tecnologias, do ambiente ao clima...
Ninguém
pode dizer “eu sou sem termo”,
porque
a verdade de hoje já não é a da amanhã.
Isto
torna-nos inseguros, céticos, deprimidos, irracionais...
Sem a
voz e a fé no “Eu Sou”
que
tem o nosso nome gravado no Seu Coração palpitante,
a vida
torna-se um “não sou” absurdo,
que
corre à deriva de miragem em miragem.
Senhor,
Rocha firme e Fonte permanecente de Vida,
liberta-nos
de tudo o que escava o “não sou” em nós.
Senhor,
Memória duma Aliança que permanece
e
vitória duma Páscoa que nos salva,
envia-nos
a ser recordação viva e permanente do “Eu sou”:
eu sou
amado, eu sou perdoado, eu sou salvo,
eu sou
irmão lado-a-lado, eu sou cuidador da criação,
eu sou
peregrino da verdade e cajado de esperança,
eu sou
sonho acarinhado em abraço escondido,
eu sou
chamado a ser filho de Deus,
eu sou
mortal a aprender a viver a divina eternidade.
Abre-nos
ao Teu “Eu Sou”, para que sejam tudo em Ti.
quarta-feira, julho 17, 2013
4ª feira da 15ª semana do tempo Comum
Então Deus chamou-o do meio da
sarça: «Moisés, Moisés!» (cf.
Ex 3,1-6.9-12)
Moisés,
fugido dos perigos do Egito, instalou-se em Madiã:
casou-se
e vive tranquilamente no seu mundo.
De tão
ocupado consigo mesmo e as suas coisas,
esqueceu-se
do seu povo e do sofrimento em que vivia.
Mas
Deus não se esquece do que sofre e suplica.
É
como uma chama ardente de amor que não se consome
que
vem ao encontro de Moisés para o recordar,
manifestando-se
numa sarça, alimento dos seus rebanhos,
mas
também silvado que esconde mistério e vida interior.
Deus
chama Moisés e envia-o
como
pastor e libertador de outros rebanhos
que
vivem presos em silvados de opressão e escravatura.
A
história pessoal de cada um decorre
entre
o equilíbrio difícil do amor de si e do amor dos outros,
do
viver a “sua vida” sem esquecer o barco comum,
de
escutar os apelos a trabalhar pelo pão de cada dia,
sem
esquecer os que clamam por um pedaço de solidariedade,
de
estar atento às sarças ardentes que nos despertam
para a
fé e o compromisso solidário e libertador.
O
esquecimento do outro que sofre
e a
fuga e alheamento das situações de injustiça,
como
se vivêssemos noutro mundo lunático,
é o
grande perigo de obesidade individualista
que
destrói a sensibilidade pelo outro
e nos
adormece a fé no Deus da Vida.
Senhor,
Fogo de Amor que não se apaga
e vens
ao nosso encontro nos silvados das nossas ocupações,
atea
em nós essa chama que vê e escuta os gemidos dos irmãos.
Alarga
os horizontes das nossas preocupações
e
faz-nos instrumentos da Tua libertação.
Abre
os nossos olhos aos sinais da Tua presença
e
aviva em nós a memória de que somos todos irmãos.
terça-feira, julho 16, 2013
3ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
Deu-lhe o nome de Moisés, dizendo:
«Salvei-o das águas» (cf. Ex
2,1-15a)
Deus vai preparando
um libertador para Israel:
filho da tribo de
Levi, uma família de consagrados,
salvo das águas da
morte pela própria filha do Faraó,
enraizado na fé
hebraica pela mãe, que o amamenta,
educado como líder
pela filha do Faraó, que o adota.
Moisés vai
crescendo dividido,
entre a condição
privilegiada de filho do Faraó,
e o sentimento de
irmão dos hebreus oprimidos.
A prática vai-lhe
mostrar a dura realidade:
não se pode servir
a dois senhores, ao mesmo tempo.
Como ainda não
estava maduro para optar por uma identidade,
fugiu do Egito para
as montanhas de Madiã.
Hoje,
generalizou-se a ideia que podemos ser tudo,
ao mesmo tempo: ser
jovem e adulto,
comprometido e
descomprometido,
viver como casado e
solteiro, ser verdadeiro e mentiroso,
ter vida privada e
vida pública contraditória,
praticar ritos
cristãos e viver uma ética não cristã...
É a esquizofrenia
cultural elevada à qualidade de ideal,
neste mundo de
liberdade criativa e caprichosa,
em que cada um se
sente no direito de ser e não ser,
quando e como pode
e deseja ser ou parecer.
Senhor, que sendo
Deus Te fizeste servo,
para, a partir de
baixo e da raiz, nos elevares
à dignidade
libertadora de filhos de Deus,
ensina-nos a
crescer até à Tua estatura
de homem servo e
livre para amar.
Dá-nos a coerência
da fidelidade e do seguimento
em todos os dias e
circunstâncias da nossa vida.
Liberta-nos da
tentação de sermos “mornos”,
“lights”,
“insípidos” e acomodados
a um relativismo
tolerante, subjetivo e interesseiro.
segunda-feira, julho 15, 2013
2ª feira da 15ª semana do tempo Comum
Temendo os filhos de Israel,
sujeitaram-nos a duros trabalhos. (cf.
Ex 1,8-14.22)
O
livro do Êxodo abre com a situação opressiva
do
povo de Israel no Egito.
O novo
faraó desconhecia José e temia o seu povo,
por
isso, tentou enfraquece-los e controla-los
por
meio de trabalhos forçados e do controle de natalidade.
Deus,
apesar da injustiça instalada,
não
se esquece do Seu povo e fortalece-o
com
mão invisível e presença sofrida.
Hoje,
a competitividade ganhou dimensão global.
Desvalorizou-se
o trabalho
e
desumanizaram-se as condições de produção
para
que cresçam as exportações e o lucro.
Diminuiu-se
a natalidade e liberalizou-se a sexualidade,
por
isso, muitos fetos são deitados ao rio e ao lixo.
Deus
continua hoje ao lado dos mais fracos,
a
sustentar a esperança de quem é explorado
ou,
simplesmente, é descartado como excedente,
até
que o mundo acorde e recorde
que o
melhor e mais belo é a justiça nas relações
e o
que deve mover o mundo deve ser o amor
e não
o medo nem a ganância cega.
Senhor,
Pai amigo sempre ao lado dos teus filhos,
Irmão
companheiro que sofres com o abatido
e
escutas sangrando, silenciosamente,
os
gemidos dos oprimidos,
faz de
nós promotores da justiça e da paz
e
samaritanos que socorrem os caídos na margem da vida.
Ajuda-nos
a alimentar o motor do amor e da solidariedade
e a
desacreditar os motores do medo e da indiferença.
domingo, julho 14, 2013
Domingo 15ª do Tempo Comum
Cristo Jesus é a imagem de Deus
invisível. (cf. Col 1,15-20)
Deus,
que é insondável no seu Mistério,
revela-se
pelo Filho, encarnando em Jesus de Nazaré
e
ilumina a nossa procura pela ação do Seu Espírito.
Jesus
é a imagem de um Deus próximo e fraterno,
que
habita no meio de nós, sem nos darmos conta,
que
parece igual a nós, mas nos surpreende totalmente diferente,
não
no aspeto, mas no ser, ver, julgar, cuidar, amar, perdoar, orar...
Jesus
é, ao mesmo tempo, a imagem de Deus verdadeiro a buscar
e a
imagem do homem pleno, em projeto de ser e viver.
Os
caminhos para nos encontrarmos com Deus
são
surpreendentemente ilimitados e incontáveis,
porque,
depois de tanto buscarmos,
descobrimos
que é Deus quem nos procura
com um
amor eternamente maior!
Uns
encontram-no no silêncio da montanha, como Elias,
outros
no poço vazio do pecado, como o filho pródigo;
Uns
buscam-no pelo caminho da justiça e da paz, como Romero,
outros
buscam-no pelo caminho do zelo violento, como Saulo;
Deus
está em toda a parte e se faz encontradiço,
revela-se
quando o deixamos ser quem é
e
esconde-se quando o queremos fazer à nossa imagem.
Senhor,
Mistério insondável que nos habitas,
como
Emanuel desconhecido de tão familiar,
liberta-nos
das imagens fixas, acabadas e inventadas
dum
Deus dinâmico, Mistério a desvelar-se eternamente.
Já
que Jesus é a Tua Palavra e Imagem visível verdadeira,
concentra
todo o nosso coração e a nossa confiança,
em
contempla-Lo, escuta-Lo e segui-Lo.
Envia-nos
o Teu Espírito de luz peregrina
quando
nos sentamos e acolhemos Jesus como Mestre a escutar,
ou
abrimos as portas da nossa intimidade para Ele nos curar,
ou O
descobrimos próximo no desconhecido que geme compaixão.
Que na
Eucaristia aprendamos a comungar o teu Filho
para
que na vida saibamos viver e amar como irmãos.
sábado, julho 13, 2013
FAZER-SE PRÓXIMO POR AMOR
Ninguém há, sob os céus,
No ar, na terra ou no mar,
Tão próximo como Deus
Que nos criou e moldou,
Com as Suas próprias
mãos,
À Sua imagem e
semelhança,
Insuflando-nos Seu
Espírito,
Marca de confiança,
Pertença e segurança,
De gratuidade e amor
Do nosso único Senhor.
Tão próximo, que, ao ver
A fraqueza e o pecado
Que tornou seu povo
escravo,
Decidiu vir libertá-lo,
Na pessoa de Jesus,
Seu Filho muito amado,
Que, por nós morreu na
cruz,
Revelando que o amor,
Gratuito e sem medida,
A Deus e ao irmão carente
De paz, justiça e perdão,
É óleo que cura e salva
O justo e o pecador,
Vítimas da humana
traição,
Seja meu conhecido ou não,
Porque, em Cristo, é meu
irmão.
Faz-me próxima, Senhor,
Na gratuidade e no amor,
Do irmão necessitado,
Em espírito e verdade,
Vivendo atenta e solícita
De toda a pessoa aflita,
Revelando -Te um Deus
próximo,
Mais que o ar que
respiramos,
Em quem nos movemos e
existimos,
Porque sempre acreditamos
Que o Teu Amor nos alenta,
E é Luz no caminhar,
Na calma e na tormenta,
Até à paz do alto mar.
Maria Lina da Silva, fmm-
Lisboa, 13.07.2013
Sábado da 14ª semana do tempo Comum
Vós tivestes a intenção de me
fazer mal, mas Deus, nos seus desígnios, converteu-o em bem.
(cf. Gn 49,29-32; 50,15-26a)
Deus é
perito em transformar o mal em bem,
em
revelar a Verdade no meio das nossas mentiras,
em
fazer triunfar o amor sobre o ódio.
A
História da Salvação está cheia de borrões desconexos
com os
quais Deus vai fazendo pinturas únicas
que
nos fazem reconciliar com o passado
e
olhar o futuro com a esperança de quem é amado.
José
perdoa aos irmãos porque, apesar do seu crime,
vê
que Deus fez dele instrumento para salvar o seu povo.
Não
parou num passado ferido e injusto,
mas
fixou-se no presente brilhante e agraciado.
Há
pessoas que vivem com feridas de estimação
e
acariciam os seus ódios passados,
como
quem guarda um tesouro escondido.
Contaminados
por essa chaga infetada,
vivem
revoltados, tristes, agressivos, deprimidos.
Odeiam
o agressor, mas castigam-se a si mesmos,
carregando-o
na memória e no desejo de vingança
em
todos os instantes da sua vida.
José,
filho de Jacob, Nelson Mandela,
Jesus
Cristo na Cruz e tantos no Seu seguimento,
mostram
que só perdoando de coração
se
pode curar esta ferida pretérita e gangrenada,
e
viver o presente como um dom de paz e felicidade.
Senhor
da Vida e Remédio para a nossa salvação,
dá-nos
o dom e a sabedoria de saber perdoar,
de
despertarmos cada dia reconciliados,
porque
já na véspera adormecemos tranquilos
na
almofada da humildade compreensiva e confiante
e no
colchão ortopédico do perdão que se dá e se recebe.
Faz-nos
peritos da reconciliação e da paz.
sexta-feira, julho 12, 2013
6ª feira da 14ª semana do Tempo Comum
Eu próprio descerei contigo ao
Egito e Eu próprio te farei regressar. (cf.
Gn 46,1-7.28-30)
Deus manifesta-se a
Jacob, em Bersabé,
para dizer que não
é o Deus duma terra,
mas o Deus amigo e
companheiro de pessoas concretas,
onde quer que
estejam, comprometido com a sua sorte.
Deus está em toda
a parte, porque tudo lhe pertence,
na emigração, no
nomadismo ou no exílio,
no êxodo, na
libertação e no sedentarismo.
A Fé e a
fidelidade à Aliança, entre Deus e o seu povo,
são o verdadeiro
chão que faz a diferença
e que enraíza a
identidade na mobilidade.
As estradas globais
da comunicação
transformaram o
mundo numa aldeia.
Estamos em
permanente viagem virtual ou real,
umas vezes como
atores, outras como meros espetadores.
O desafio é
aprendermos a viver em relação com o diverso,
em diálogo de
enriquecimento mútuo,
sem perdermos a
nossa identidade de pessoas únicas e amadas.
A cultura, a fé, a
justiça e a bondade são o património-bagagem
que nunca podemos
perder nestas viagens.
Deus é Aquele que
encontramos sempre
nesta nossa
constante mobilidade.
Senhor da Aliança,
zeloso amigo peregrino,
mostra-nos a Tua
face quando o caminho é incerto
e pacifica-nos com
a Tua Palavra
quando o sol se
esconde e tudo parece inverno.
Aumenta a nossa fé
na Tua fidelidade
e ajuda-nos a
construir contigo
uma história de
salvação e libertação
que fecunde a vida
com a esperança e a salvação.